Whorkshops, oficinas e núcleo experimental da instalação artística Tal Qual a Cor estão com inscrições abertas

14/10/2013 às 00:00 por Viviane Franco

A arte é um valioso instrumento de inclusão social. E é por meio dela que o projeto Mãos à Obra tem permitido a expressão de sentimentos, experimentação de novas sensações e promovido a inclusão de artistas com deficiência há 17 anos. Com o título “Tal Qual a Cor”, o foco da Mostra deste ano é a percepção da diversidade de gêneros e sexualidade pelo deficiente. Aberta ao público até o dia 1 de novembro, na Galeria de Arte do Sesc, a programação ainda inclui workshops, núcleo experimental e oficinas educativas em escolas, com inscrições abertas até esta sexta, dia 18 de outubro.

 

Produzida pelo artista e pesquisador de arte contemporânea Layo Bulhão com mais três artistas com deficiência visual parcial e total: Elvis Dean, José Mariano e Eduardo Gomes, a instalação “Tal Qual a Cor” visa abordar a diversidade de gêneros e suas especificidades a partir da recriação de texturas características dos trajes, da vivacidade das cores, aromas e esculturas que remetem à sexualidade. Segundo Layo Bulhão, em uma sociedade tão plural, perceber as pessoas de forma ampla, respeitando suas diferenças de tons, é um passo importante para a igualdade.

 

Disposto em um conjunto de obras complementares, as peças da Instalação foram construídas com purpurinas, plumas, mega-heair, pelúcia, cílios, dentre outros elementos, além de obras que retratam a sexualidade em argila. O artista Eduardo Gomes, que é deficiente visual desde o nascimento e tem a luta pela conscientização ambiental com o objetivo primeiro também utilizou material reciclável na produção de alguns exemplares do acervo.

 

Vernissage

 

A abertura da exposição foi realizada nesta quarta, dia 9 de outubro, na Galeria de Arte do Sesc. Marly Araújo, que lecionou no Macapá para deficientes auditivos durante 28 anos e mesmo aposentada continua trabalhando como voluntária na equoterapia na Polícia Militar do Maranhão, elogiou o resultado do trabalho. “As dificuldades decorrentes da deficiência visual não impossibilitaram que os artistas produzissem uma instalação criativa e expressiva. Em projetos como esse, tenho a oportunidade de me reciclar e apreciar o crescimento da inclusão social na arte”, afirmou.

 

Já o nutricionista Marcos Tadeu Macedo, que pela primeira vez entrou em contato com a proposta do projeto Mãos à Obra, ressaltou experiência foi surpreendente. “Com a venda, meus demais sentidos foram aguçados e literalmente senti a profundidade da exposição. Cada obra tem uma fragrância diferente, uma textura peculiar. A cada passo uma descoberta. O trabalho é voltado para deficientes, mas tem um importante efeito nas pessoas sem deficiência: possibilitar uma percepção diferente do mundo”, explicou.

 

O artista José Mariano Rodrigues, com 69 anos, participa do projeto Mãos à Obra desde a primeira edição. Ele que perdeu a visão parcialmente aos nove anos em um acidente e anos mais tarde ficou totalmente cego após outro acidente, encontrou na argila uma nova forma de manter contato com o mundo. “É trabalhoso criar e produzir, mas é por meio da arte que me reiventei”, exclamou.

 

Atividades paralelas

– Palestras: "tal qual a cor: concepção e processo criativo", ministrada pelos artistas Layo Bulhão e Elvis Dean;

 

– Workshop “Mediação cultural inclusiva e acessibilidade em exposições”,às 18h, ministrado por Paula Barros, técnica em Cultura do Sesc;

 

– Workshop “Da apreciação ao experimento: percepção multissensorial em espaços formais e não-formais de aprendizagem", ministrado pelo professor e artista visual José Raimundo Jr;

 

– Núcleo Experimental de Estudos em Artes Plásticas, voltado para a temática da inclusão social, com o título “Arte, cultura visual e deficiência: problemas e possibilidades no contexto escolar”, sendo mediado pela professora especialista Beatriz de Jesus Sousa;

 

– Oficinas educativas inclusivas de Móbile, Modelagem, Mosaico, Colagem e Cologravura acontecerão até o dia 1 de novembro em escolas da capital. Para agendar a atividade, os interessados devem entrar em contato com a Galeria de Arte do Sesc pelo número (98) 32163830;

 

 Os workshops e núcleo experimental dispõem de 20 vagas cada e ainda estão com inscrições abertas. Para participar das ações, os interessados podem entrar em contato pelo número (98) 3216-3830 ou enviar e-mail para galeriadeartesescma@gmail.com.

 

Da teoria a prática


A exposição “Tal Qual a Cor” foi escolhida como base para a construção de um programa educativo de orientação para educadores em espaços culturais. A atividade é referente à disciplina Laboratório Pedagógico 5 do Curso de Arte da UFMA. Nove alunos realizaram uma visita mediada na manhã desta sexta, dia 11 de outubro, a Galeria de Arte do Sesc e após avaliarem o trabalho o grupo decidiram desenvolver o trabalho a partir da exposição “Tal Qual a Cor”.