Explorando os diferentes níveis da percepção sensorial, a Galeria de Arte do Sesc abre as portas no período de 8 a 31 de maio, para a instalação artística do brasiliense Allan de Lana, intitulada “O Mar Verterá meu Coração Selvagem?”. O vernissage acontece no dia 7 de maio, a partir das 18h30, um momento em que os visitantes podem conhecer e dialogar com o artista e entender todo o processo de concepção das obras apresentadas.
A instalação é composta por quatro propostas integradas que se encontram e conversar entre si a linguagem artística do viajante que corre de encontro ao mar e se depara com um turbilhão de sensações únicas ao longo da caminhada.
Na série inédita, "Universos Líquidos: Mergulho para a Nuaninfa, Marremoto, Marremanso", por exemplo, somos convidados a experimentar esse ambiente fluído, por meio de vídeos que retratam de forma silenciosa todo o barulho e a calmaria do mar, as imagens gritam em silencio.
Já na instalação “Por favor, não ultrapasse a linha branca”, Allan de Lana fala de limites. Uma linha branca divide o chão da galeria. Em uma das extremidades repousa a miniatura de um avião. A linha será ultrapassada de qualquer forma e, com o tempo se desintegrará graças ao desgaste do pisoteamento.
Segundo o artista, a instalação é feita para criar controvérsia entre a forma como se apresenta e o título. “Todo espaço cultural tem um limite de até onde o espectador pode chegar e a montagem do trabalho não permite que não se ultrapasse a linha branca”, destaca.
A provocativa da obra está justamente no fato da “subversão subverter a própria subversão”. O fato de esse jogo colocar a linha de contenção entre uma pedra e um pequeno avião de brinquedo reforça a malícia ingênua da proposta.
Na instalação sonora “Em Torno do Mar” o expectador é convidado pelo artista a prestigiar o som do mar brasileiro, sentir o vento litoral de Fortaleza, sentir a brisa ludoviscense, ou simplesmente navegar pelos sons de Pernambuco.
Na instalação “Milhões de Vespas Dançando com Valentia no Ultimo Raio de Som Poente” o artista retrata o enxame gráfico de insetos como maribondos, sugerindo na obra composições ou notas musicais.
O interesse de Allan de Lana por insetos alados é recorrente em sua poética artística, desde o inicio de sua carreira demonstrou interesse gráfico pela forma dos insetos, migrando de desenhos e aquarelas para o carimbo transformando sua forma em uma espécie de símbolo gráfico. O enxame flui e escorre em uma coreografia vertiginosa onde desenhos e sons se misturam em uma única imagem ruidosa.
Quem é Allan de Lana?
Allan de Lana Frutuoso, brasiliense de 28 anos é um artista visual de Brasília – DF licenciado e bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, iniciou sua trajetória profissional na área artística em 2004 e participa do Programa Rumos Itaú Cultural em Artes Visuais 2011 -2013.
Allan realiza pesquisas independentes em audioarte e mantem um ruidário, além de uma coleção de gravações feita em caminhadas e viagens, parcialmente acessível no site: allandelana.com.
O artista acredita que seu trabalho tem sido uma tentativa de experimentar e propor mudanças de olhar mínimas para que um contexto se desdobre em outros contextos. Sobre a capital maranhense o artista elogia o espaço urbano da cidade e diz que o contato com esse cenário contribui para a poética de sua arte.
A expectativa de Allan de Lana quanto à receptividade do público é grande, o artista relata que pretende conhecer o público ludoviscense e dialogar com outros artistas, compartilhar ideias e trocar experiências.
A instalação artística “O Mar Verterá Meu Coração Selvagem?” estará aberta ao público a partir desta quarta, dia 8 de maio, das 9h às 17h30, na Galeria de Arte do Sesc. As visitas são gratuitas e podem ser agendadas por meio do telefone (98) 3216 3830. Mais informações pelo email: galeriadeartesescma@gmail.com.
