Seminário Sesc Etnicidades coloca em debate questões étnicas e raciais

09/08/2021 às 15:10 por Amanda Machado

Dar maior visibilidade às discussões sobre a ampliação da representatividade de negros e indígenas no Brasil é a proposta do Seminário Sesc Etnicidades. Nos dias 10, 11 e 12, o Sesc irá discutir como ocorre o protagonismo de pessoas indígenas e negras na composição dos diálogos e das reflexões para um debate crítico de dimensão étnico-racial no campo das artes e cultura.

As mesas pretendem construir caminhos que tenham como objetivo sair da visão tradicional da crítica artística e cultural e, sobretudo, observar como se deu, de fato, as construções históricas que legitimaram a marginalização destes dois grupos ao longo dos séculos de formação do país.

A iniciativa integra o projeto Identidades Brasilis, do Departamento Nacional do Sesc, tem por propósito valorizar e fortalecer as culturas indígena e negra por meio de programações artísticas, educativas e culturais do Sesc em todo o país.  As ações serão desenvolvidas a partir dos temas Arte e Cultura, Memórias, Histórias e Patrimônios, Modos de vida e Políticas Sociais.

Desigualdade real no país

O informativo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indica que, em 2018, 55,8% da população se declarou preta ou parda (a soma das duas raças resulta nos negros). Entretanto, no estrato dos 10% com maior rendimento per capita, os brancos representavam 70,6%, enquanto os negros eram 27,7%. Entre os 10% de menor rendimento, isso se inverte: 75,2% são negros, e 23,7%, brancos. Além disso, na classe de rendimento mais elevado, apenas 11,9% das pessoas ocupadas em cargos gerenciais eram pretas ou pardas. Entre os brancos, esse percentual era de 85,9%.

Em relação à população indígena, segundo último censo realizado pelo IBGE, em 2010, o Brasil possui cerca de 896 mil indígenas, divididos em 305 etnias falando 180 línguas distintas do português, o que representa cerca de 0,2% da população total brasileira. A luta pelo reconhecimento dos direitos e da diversidade indígena é tão antiga quanto a própria história do Brasil. No entanto, mesmo após 30 anos do processo de redemocratização no país, a representatividade indígena nas instituições brasileiras segue incipiente.

Programação