Com cenas e movimentos bem articulados, expressões marcantes e um show acrobático, o espetáculo “Homens de Solas de Ventos”, apresentado pelo Sesc por meio do projeto Palco Giratório neste domingo, dia 27 de abril, no Teatro João do Vale, conquistou o público ludovicense. O estreitamento entre artes circenses e a dramaturgia na montagem instigou a maior parte da plateia a permanecer no local para um bate-papo com os atores Bruno Rodolf e Ricardo Rodrigues sobre os processos de criação, linguagens utilizadas e a experiência de circulação do trabalho por todo o país. Nesta terça, dia 29 de abril, o projeto traz a São Luís “Uma Flor de Dama”, do Coletivo Artístico “As Travestidas(CE), às 19 horas, no Teatro João do Vale.
A Cia Solas de Ventos desenvolve uma pesquisa de linguagem teatral não verbal, combinando dança, dramaturgia e circo. Com estrutura adaptável aos diferentes teatros distribuídos ao longo do Brasil, todos os detalhes do cenário foram pensados pelos próprios atores. Aliando flexibilidade, força e humor, habilidades advindas da formação artística de Bruno Rodolf, que fez ballet e ginástica olímpica, e Ricardo Rodrigues, com heranças das artes cênicas e circenses. “A gente levou para o trabalho o que tinha de experiência na vida e no corpo, seguindo a linha do riso e poesia”, explicou Bruno.
Apesar dos atores não emitirem uma única palavra, o roteiro é bem delineado, obedecendo a sequência estranhamento, convivência e troca. Do distanciamento do primeiro contato entre os estrangeiros, das descobertas do outro e do compartilhamento de hábitos pessoais e culturais, as expressões corporais e faciais comunicaram de forma marcante, sem esboçar um traço do esforço empregado para o desenvolvimento do malabarístico espetáculo.
Para a estudante universitária Juliana Cruz (25), a peça é performática e apresenta uma linguagem bem trabalhada. “Além do trabalho.jpeg)
corporal, o espetáculo transmite uma mensagem que remete ao nosso eu, uma caminhada repleta de encontros e desencontros”, revela. Acompanhada de quatro primos com idades entre 12 e 24 anos, a estudante que todos os anos contempla as produções do Palco Giratório defende que o contato com produções culturais é muito importante para a formação dos jovens cidadãos. “Sempre que posso tento despertar o gosto cultural dos mais novos da família. Dessa vez, um deles pediu para me acompanhar antes do meu convite. Fiquei muito feliz com a iniciativa”, conta.
A coordenadora de Cultura do Sesc no Maranhão, que participou da Curadoria dessa edição do Palco Giratório, afirmou que os ludovicenses foram felizardos por receberem o espetáculo na linguagem de circo. “O Regional tem trabalhado para que o circo tenha representação e ficamos muito felizes em poder apreciar uma produção dessa linguagem de outro estado. Os atores estão de parabéns pelo ótimo trabalho”, exclamou.
