Projetos de Cultura do Sesc arrebatam público em Açailândia

25/09/2013 às 00:00 por Viviane Franco

Olhos atentos que o show já começou. Com os espetáculos “Equinos do Gran Circo”, com a Cia Chegança, de São Luís, “A Pereira da Tia Miséria”, com o Núcleo Ás de Paus, do Paraná e a apresentação de dança com o grupo Street Master, o Sesc conquistou o público de Açailândia que compareceu nos dias 18 e 19 de setembro, na Praça do Pioneiro para prestigiar os projetos Circulando Cultura e Palco Giratório.

 

Na quarta-feira, as atrações foram o espetáculo circense “Equinos de Gran Circo”, com a Cia Chegança, da capital maranhense. O grupo arrancou risos da plateia composta por estudantes, crianças, pais e artistas locais. Eles interagiram com as personagens Arnica e Alface, se maravilharam com os malabares do Paôlo, depois com a fera genuinamente brasileira vinda da Amazônia, ficaram curiosos o número de telepatia com Alacazem e sua patiné e para finalizar se encantaram com o show de equinos.

 

A apresentação da gigante perna de pau homenageia São Luís com a apresentação do Drama do Sebastianismo, com participação da personagem Alface que desencanta o touro negro da ilha de lençóis, e por fim é apresentado ao público o número acrobático com Arnica e alface em grande estilo.

 

Essa foi a parte mais importante do espetáculo para a dona de casa Andreia Santos da Silva, 26 anos. “Conhecemos um pouco da história de uma forma bem divertida e ao som da voz belíssima da cantora. Muito boa à apresentação para crianças!”, recomenda.

 

O grupo de Dança de Rua Street Master foi a segunda atração da noite e prendeu atenção dos jovens que vibraram a cada passo realizado. “Como gosto de música, a apresentação deles me chamou mais atenção, mesmo não sabendo dançar”, revelou Ruslara Michel, de 13 anos.

 

Gustavo Silva dos Santos, 13 anos, assistiu pela primeira vez e já se intitula fã. “Registrei tudo com meu tablet. Gostei muito. É emocionante cada passo!”, elogiou.

 

Ambas apresentações integraram o Projeto Circulando Cultura que faz jus ao nome formando público pelo estado e difundindo manifestações culturais versáteis e cheias de originalidade.

 

Na quinta-feira, a Praça do Pioneiro recebeu o projeto Palco Giratório 2013, com a apresentação do espetáculo de rua “A Pereira da Tia Miséria”, com o Núcleo Ás de Paus, do Paraná.

 

O grupo tratou de forma criativa temas como fome, miséria e morte, convencendo até que Morte, tão temida por todos, é naturalmente necessária no mundo em que novas possibilidades não param de nascer. No dia em que deveria morrer, Tia Miséria engana a Morte, que acaba ficando presa em sua árvore. E num acordo feito diante do olhar de todos, decide viver. Ingenuamente, sai em busca de sua filha, a Fome, para só então deixarem este lugar que nunca as quis.


“Eles mostraram a vida da maneira que ela é, com a aflição do povo, o que é a morte. Tudo muito bem feito. Esse tipo de arte que deve ser vista com mais frequência”, sugere Raimundo Ribeiro, 52, ferroviário.

 

O desejo do morador é o mesmo que motivou a parceria do Sesc com a Prefeitura. De acordo com a secretária de Cultura, Eulália Dias do Norte, empossada recentemente, a pasta iniciou um trabalho de cadastramento de artistas locais, nas diversas modalidades para então facilitar os projetos de resgate da cultura local.

 

“Açailândia é um local rico em diversidade cultural devido ao contato que temos com manifestações de todo o país. Então é importante valorizar e incentivar o intercâmbio fortalecendo os grupos da terra e refinando o gosto do público”, explicou.

 

Para Xico Cruz, diretor e ator, do grupo Cordão de Teatro, o Sesc tem um papel importante na preservação e difusão da arte pelo Brasil. O grupo que faz parte, conta, é um exemplo, pois por três vezes já participou de apresentações com incentivo do Sesc.

 

“O Sesc tem ajudado a manter o espetáculo vivo, caso não existisse o apoio provavelmente estaríamos tentando em outros meios e outras instituições sem a garantia de qualquer qualidade ou suporte como o Sesc proporciona”, contou.

 

“É motivo de alegria presenciar um momento como esse de ver a cidade se transformando no que se refere a acesso a cultura. Precisamos desse tipo de ação, pois os artistas locais precisam e de apoio e incentivo para mostrar seus trabalhos que são importantes não só como entretenimento, mas para o desenvolvimento cognitivo de crianças”, avaliou a professora Arlete Vidal, 43 anos.