Uma caixa na área de vivência chamou atenção das pessoas que passavam pelo local. Os mais curiosos aproveitaram para descobrir o conteúdo e viajaram na história de Pandorinha. Num outro canto, um cenário típico de uma rústica casa da zona rural maranhense reuniu um grande público para apresentação de Dona Casemira, que ao final deu lugar, a performance “Que país é esse?”, com o Grupo Gamar. A variada programação realizada no intervalo do almoço nesta segunda-feira (29), é parte da Mostra Guajajara de Arte que tem oportunizado momentos de diversão com qualidade artística ao público comerciário.
E mais, uma forma de expandir as diversas expressões artísticas presentes em nossa cultura. Como é o caso do Teatro Lambe Lambe, uma linguagem que surgiu na década de 90 e se expandiu chegando ao Maranhão por meio do artista Zeca Roland, da Cia Arte de Doi2.
Na pequena apresentação que dura em torno de quatro minutos, o espectador conhece a história de Pandorinha, uma menina curiosa que pegou escondida a caixinha misteriosa de seu pai. Consumida por sua curiosidade, ela não resiste a tentação e o segredo é desvendado.
Assim como na história de Pandora, só quem tem a curiosidade aguçada consegue saber o fim desse conto. Como o pequeno Pedro Lucas Pestana, de 10 anos, “dentro da caixa tinha uma bonequinha que abriu uma caixinha e de lá saiu um monstro que pegou a menina”, contou. Quando perguntado sobre a avaliação, ele apenas resumiu: “Gostei muito”, disse.
No espetáculo Dona Casemira, do Grupo Tetelelés, a cômica vida de uma dona de casa bem categórica com características típicas de uma representante da miscigenação cultural que arrancou muitos risos do público que descansava após o almoço na área de vivência do Sesc Deodoro.
Utilizando a linguagem popular carregada de termos maranhenses, a personagem provocou uma chuva de gargalhada, principalmente quando convidou a plateia para integrar a cena.
Ana Rayol, de 74 anos, integrante do Trabalho Social com Idosos (TSI) foi uma das convidadas para subir ao palco. Depois da apresentação, a senhora não resistiu e foi agradecer ao ator. “Ele é lindo! Uma pessoa maravilhosa, comunicativa”,elogiou.
Interpretado por Guilherme Telles, a peça é resultado do estudo sobre as lendas e os costumes do povo com maranhense, com objetivo principal de resgate cultural.
“Moro aqui há 10 anos e já reconheço os sotaques e termos próprios do Maranhão, por isso achei muito engraçado. Esse tipo de atração é muito interessante para quem aproveita a hora do almoço para descansar”, comentou a auxiliar administrativa, Diva Almeida, 39 anos.
Para finalizar, o Grupo Gamar trouxe a performance "Que país é esse?", finalizando a programação. À tarde, a Mostra Guajajara de Arte promove o bate papo “Pensamento Giratório” com os atores da Trupe Ensaia Aqui e Acolá/PE que faz parte do projeto Palco Giratório, a partir das 17h30 no bar Chico Discos na Rua do Sol/Centro. Na programação noturna, o Projeto Dramaturgia – Leituras Dramáticas, se apresenta no Teatro Cidade de São Luís a partir das 19h30, com as encenações de “O Homem Fiel”, ”Mártir em Casa e na Rua”, ”O Sumiço da Santa” e ”Quincas Berro D’Água”. Este ano o projeto homenageia o centenário de Nelson Rodrigues e Jorge Amado.
As 19h, o Teatro Alcione Nazareth é palco dos Espetáculos de Dança “Identidade” (Cia Street Master/MA) e “O Baile” (Cia SESC de Dança de Salão). O fechamento da noite fica por conta do espetáculo teatral“O Mulato”, da CiaDrao Teatro da (IN)Constância /MA e do Núcleo SESC de Estudos Teatrais/SESC. Às 20h, no Teatro João do Vale.